Dos eternos princípios embrionários,
A cadeia de impulsos e de instintos,
Tudo o que a poeira cósmica elabora
Em sua atividade interminável,
O anseio da vida, a onda sonora,
Que percorrem o espaço imensurável;
Das origens às súbitas asceses,
Transformando-se em luz, em sentimentos,No assombroso prodígio das esteses;
No profundo silêncio dos inermes,
Inferiores e rudimentares,
Nos rochedos, nas plantas e nos vermes,A mesma luz dos corpos estelares!
É que, dos invisíveis microcosmos,
Ao monólito enorme das idades,
Tudo é clarão da evolução do cosmos,
Imensidade nas imensidades!
Nós já fomos os germes doutras eras,
Enjaulados no cárcere das lutas;
Viemos do principio das moneras,
Buscando as perfeições absolutas.
(Augusto dos Anjos in "Parnaso de Além-túmulo" - Psicografia de Chico Xavier)
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