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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

DA SOMBRA PARA A LUZ





Estranhamos, muitas vezes, na Terra, a multiplicidade dos conflitos emocionais que nos assaltam, de improviso, assinalando deploráveis influências ocultas.

Em muitas circunstâncias, basta leve impulso na direção do bem, para que se manifestem, desesperadas, como a impedir-nos o acesso à Vida Superior.

Na iniciação da mediunidade, surgem, quase sempre, na forma de obsessões marginais, ameaçando-nos as mais belas aspirações, tanto quanto na construção da fé viva, adentro de nosso grupo familiar, aparecem na feição de desentendimento e discórdia, a se expressarem rudes e virulentas naqueles que mais amamos.

Entretanto, no exame do problema, recorramos a quadro simples da natureza.

Toda vez que necessitamos rasgar estradas novas no seio da gleba anônima, duro trabalho de educação do solo se faz imprescindível.

Sobre o chão agressivo e áspero, picareta e trator se mostram necessários, reclamando-se, ainda, o auxilio do pedregulho arestoso na pavimentação do caminho antes que o homem se valha dele na movimentação do progresso.

Utilizamos-nos do símile para considerar que também na abertura de novas rotas do espírito, tarefas sacrificiais se exigem de nós com vistas ao indispensável burilamento e, assim como os engenheiros supervisionam a obra, confiando-a braços rijos, habilitados à remoção do material primitivo e inferior, também os Instrutores Celestes, sem perder-nos, entrega-nos a companheiros mais ou menos semelhantes a nós, que nos desbastam o campo íntimo, através de lutas e sofrimentos até que lhes ofereçamos justo padrão de serviço ao apostolado de luz que se propõem a veicular.

É por isso que, em todos os percalços de nossa edificação para a Vida Eterna, realmente, não podemos dispensar o concurso efetivo da paciência, porque somente por essa virtude singela e renovadora é que poderemos vencer as inibições externas com o necessário triunfo sobre nós mesmos.


EMMANUEL
(Do livro "Linha Duzentos", Francisco Cândido Xavier)

sábado, 21 de janeiro de 2012

PALAVRAS DE CHICO XAVIER





"Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos.
Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós."


"O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros."

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

ESPERANÇA SEM FRONTEIRA



Reuven Feuerstein era filho de um rabino da cidade romena de Botoani. Quando tinha 8 anos, um cocheiro analfabeto lhe pediu para que o ensinasse a ler a Torá, o livro sagrado dos judeus, em troca de seu relógio de bolso.

O cocheiro aprendeu a ler, mas o garoto não ganhou o relógio. Esta é a história da vida do psicólogo Feuerstein, hoje com 80 anos, e que no seu Centro Internacional de Desenvolvimento do Potencial de Aprendizagem, em Jerusalém, faz questão de não cobrar de seus pacientes.

Durante a segunda guerra mundial, ele estudava psicologia em Bucareste. Participou do movimento de resistência judeu, ajudando a enviar clandestinamente para a palestina crianças cujos pais tinham sido mandados para campos de concentração pelos nazistas.

Após a guerra, montou dois acampamentos para jovens traumatizados, sobreviventes do holocausto, que não iam bem na escola.

Na Suíça, em 1948, estudou com Jean Piaget, o pai da psicologia do desenvolvimento.

De volta a Israel, prosseguiu a trabalhar no seu método para ajudar deficientes mentais ou jovens de baixo rendimento.

Seu método ainda é visto com desconfiança em alguns círculos acadêmicos. Mas, o que é certo é que ele tem contribuído de maneira notável para a compreensão das habilidades e sua capacidade de modificação.

Enquanto muitos educadores acham que as crianças deficientes devem receber tarefas que não exijam muito, quase sempre manuais, Feuerstein desafia seus alunos com problemas intelectuais complexos.

Em dezembro de 1988, ele entrou em uma sala de aula da Universidade Barillan, próxima a Tellaviv.

“Podem me dar os parabéns”, falou. “tenho o orgulho de anunciar que acabei de me tornar avô. Meu neto tem síndrome de Down.”

Hoje, Feuerstein afirma: “eu sempre disse aos pais que o nascimento de uma criança com síndrome de Down era motivo de alegria, e não de tristeza”.

Quando meu neto nasceu, aconteceu comigo. Muitas vezes eu havia me perguntado qual seria minha reação. Mas passei no teste. O menino é uma fonte de alegria para mim.”

Aos 13 anos, ele está matriculado em uma escola comum.

Diz o avô: “ele vai crescer, casar-se e ter um emprego normal, como qualquer outra pessoa.”

E quando lhe perguntam: “que tipo de emprego”, responde depressa o sábio Feuerstein: “o de professor, talvez.”

***

Todos somos irmãos, filhos do mesmo pai, conforme ensinou o mestre Jesus.

O psicólogo Feuerstein, em seu instituto, dá provas desta verdade. Por suas mãos, passam meninos novaiorquinos, como o pequeno Daniel, de 11 anos; o pequeno autista da Costa Rica; o inglês Alex que aos 8 anos teve removido o hemisfério esquerdo do cérebro e aos 19 anos, já aprendeu a ler e a fazer as operações matemáticas básicas.

Mais do que isto: o rabino permitiu que seu método, que visa melhorar a inteligência e a capacidade de aprendizado, fosse traduzido para 17 idiomas. E hoje já é ensinado em mais de 50 países, inclusive no Brasil.

No estado da Bahia, o curso de Feuerstein está sendo introduzido no currículo das escolas do ensino médio, com previsão de atingir, dentro de três anos, 600 mil alunos, em 500 escolas.

Isto se chama fraternidade. Isto se chama esperança sem fronteiras.


(Equipe de redação do momento espírita, com base no artigo “os milagres do dr. Feuerstein”, de autoria de Christopher Matthews, inserido na revista Seleções de abril-2002)